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A crescente da cena do RAP no Brasil

Jovem curtindo RAP

Jovem curtindo RAP

Há quem diga que o rap morreu no início dos anos 2000. Mas, a verdade é que, assim como todos os estilos musicais, ele vem se renovando e se mostrando com uma nova roupagem, de acordo com a evolução dos temas vividos, as novas influência e o cenário atual do país. Por isso, nós, do Tudo Pop, preparamos uma lista com os novos artistas da cena do rap que, sem dúvidas, vem mostrando que o gênero ainda faz jus a sua proposta inicial. 

É fato que, desde o “Sobrevivendo no Inferno”, disco do Racionais MC’s que marcou os anos 90s, muita coisa mudou. Infelizmente, nem todos os assuntos deixaram de ser recorrentes na vida de quem se encontra marginalizado. Mas, o fato é que, assim como tudo o que nos rodeia, os artistas que estão chegando, procuram por novas maneiras de abordar assuntos relevantes ou sobre momentos bons e de diversão. Quer conhecer novos artistas e aumentar a sua playlist? Vem com a gente! 

Vá direto ao ponto: 

Jovem curtindo RAP

O RAP no Brasil 

Antes de tudo, vamos fazer um breve resumo sobre a história do rap no Brasil. 

O estilo surgiu na Jamaica, no ano de 1960. Entretanto, o grande impulso veio no ano de 1970, nos bairros mais pobres dos Estados Unidos. Logo, um dos seus pilares é mostrar a realidade vivida por pessoas que se encontram marginalizadas. 

O rap foi muito bem recebido no Brasil em 1986, ano que também conta com o surgimento do movimento nacional. Mais precisamente, ganhou destaque no estado de São Paulo, entretanto, por tratar de assuntos como a violência e a vida nos bairros mais periféricos, havia uma certa resistência por parte do público. 

No ano de 1988 foi lançado o primeiro álbum de rap nacional, álbum esse intitulado de “Hip-Hop Cultura de Rua”, e a sua produção contou dois integrantes do grupo Ira, Nasi e André Jung.  

A virada com o “Sobrevivendo no Inferno”, do Racionais MC’s 

Jamais poderíamos fazer um artigo sem citar um dos álbuns mais importantes da história do rap brasileiro.  

Lançado no ano de 1997, o disco idealizado pelo grupo de rap Racionais Mc’s, formado em 1988, marcou não só a história do rap, mas a cultura pop e a história do Brasil. O álbum faz alusões às religiões de matriz africana e ao cristianismo, e aborda temas como a violência vivida nas periferias. Não à toa, o livro do álbum, escrito por Arthur Dantas Rocha, se tornou leitura obrigatória para o vestibular da Unicamp.  

O álbum, que mostra temas como o massacre do Carandiru, atingiu cerca de um milhão e meio de cópias vendidas e, mesmo 25 anos depois, ainda é considerado um dos discos mais importantes da história do rap. Nesse momento da história brasileira, novas tecnologias estavam chegando ao país e, de alguma forma, o grupo conseguiu aproveitá-las para a produção do disco, o que levou a novidade a um novo salto qualitativo, tanto na lírica quanto na estética.  

Segundo a Rolling Stone, “Sobrevivendo no Inferno” ficou na décima quarta posição na lista dos 100 melhores discos da música brasileira.  

Abaixo, você pode conferir as 12 músicas que compõem o disco. Cada uma com sua história e seu significado singular.  

Artistas que vem conquistando espaço na cena do RAP e do Trap brasileira

Citamos os Racionais MC’S, pois, grande parte dos artistas que iremos mostrar agora, fazem referências ao grupo em suas letras, e também admitem a influência direta de Mano Brown, KL Jay, Ice Blue e Edi Rock.  

Assim como o “Sobrevivendo no Inferno” veio como uma novidade para o cenário da música nacional, os artistas que escolhemos fazem parte da geração atual. De primeiro momento, pode gerar em você um estranhamento, nós sabemos. Mas, o fato é que eles possuem potencial para serem os próximos ídolos da cena rap e, quem sabe futuramente, ter um artigo completo sobre suas carreiras.  

Vem conferir! A gente garante que tem qualidade! 

Tasha & Tracie 

Não é nenhum clubismo, ou talvez seja mesmo, mas não poderíamos começar sem citar as gêmeas da periferia de São Paulo. Tasha & Tracie são uma das maiores apostas da cena. Com letras, rimas e flow de dar inveja, as garotas abordam os mais diversos assuntos. Empoderamento feminino, relacionamentos, vivência na periferia e o desejo de decolarem na carreira como rappers.  

Não ouviu ainda? Aqui vai uma indicação: 

Diretoria – Tasha & Tracie. 

Febem 

Como ele mesmo diz “herdeiro do submundo, louco consciente”, Febem tem revolucionado a cena do rap, com o trap ou o grime à brasileira. Segundo o próprio o artista, sua ascenção se dá ao fato de ter voltado para o seu antigo bairro, sem abandonar suas raízes. Suas letras abordam os mais diversos assuntos, como o cancelamento nas redes sociais, seletividade, sobrevivência e muito mais. O rapper, inclusive, faz participação em uma das faixas do ep “Diretoria”, das gêmeas Tasha & Tracie. 

Quer conhecer mais?  

Dê o play em “Esse é o meu estilo” – Febem feat Akira Presidente e BK.  

N.I.N.A 

Artista da zona norte do Rio de Janeiro, N.I.N.A não mede palavras na hora de transmitir suas ideias! Com o primeiro álbum, intitulado de “Pele” que, por sinal, acabou de sair do forno, a rapper faz rimas diretas que abordam o empoderamento e a vivência da mulher negra. Conhecida pelo hit “A Bruta, A Braba, A Forte”, N.I.N.A confessa que a música funciona, para ela, como um processo de libertação e de cura. Muito mais do que desabafos, sua arte funciona como um “papo reto” para quem não está disposto a ouvir.  

Vamos dar stream para a N.I.N.A? 

Ouça: “Matemática – N.I.N.A”

Kyan 

O jovem criado no litoral paulista, mais especificamente, na Praia Grande, começou a carreira cantando na igreja que os pais frequentavam. Posteriormente, passou a fazer funks e adotou o nome “Renan MC”. Anos mais tarde, se descobriu no trap e começou a ser conhecido pelo seu atual nome artístico, Kyan. Logo na sua primeira música, o artista conseguiu bater 1 milhão de visualizações, e tem arrastado multidões de jovens que curtem esse estilo musical. 

Conheça mais ouvindo: “O menino que virou Deus – Kyan”. 

FBC 

Com certeza você já ouviu o hit “Se tá solteira”, em algum lugar, nos últimos meses. Esse foi o hit que fez Fabrício despontar a sua carreira. Com um marketing independente, entretanto, que viralizou nas redes, o famoso “Padrim” tem conquistado, cada vez mais, o seu espaço na cena, usando diferentes estilos como o rap, o trap e o funk.  

Podemos garantir que FBC, MC da capital mineira, não é artista de um hit só. Então, aqui vai uma indicação para você conhecer mais do artista: “Se eu não te cantar” – FBC.  

Paramos por aqui nossa lista de indicações. Embora ela pudesse ser longa, esperamos que você tenha curtido nossas indicações e, se ainda não deu a devida atenção ao rap, desejamos que esse artigo tenha feito você mudar de ideia. Tem muita coisa boa surgindo, basta dar uma procurada e esperar mais um artigo da Tudo Pop.  

Te esperamos na próxima!  

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